No seguimento das reuniões de trabalho entre a APM e o Ministro Manuel Pizarro, é com satisfação que verificamos que as sugestões e propostas apresentadas pela APM-RedeMut foram bem recebidas. Nomeadamente a “contratualização com o setor social” para dar resposta à falta de médicos de família no país.

Com esta medida, as associações mutualistas que compõem a RedeMut – rede de saúde mutualista poderão reforçar a sua cooperação com o Estado, colocando à disposição do SNS as consultas de medicina geral e familiar que prestam, auxiliando, assim, o acesso aos cuidados de saúde de qualidade das populações e reduzindo as iniquidades em saúde.

Em tempos de uma relação conturbada entre os profissionais de saúde e o Executivo, Manuel Pizarro nada disse sobre as negociações, mas aproveitou a intervenção no Parlamento para anunciar aspetos adicionais na resposta “aos 1,6 milhões de pessoas que ainda não têm médico de famílias”: “a contratualização com o setor social e o atendimento a cidadãos de forma transitória para garantir que todos continuem a ter acesso à saúde”.

“Temos tido resultados positivos, mas enfrentamos ainda uma vaga de profissionais que atingem a idade da reforma, que causará muitas dificuldades até ao final de 2024. Tomaremos por isso medidas adicionais, incluindo a contratualização com o setor social e o atendimento a cidadãos de forma transitória para garantir que todos continuem a ter acesso à saúde”, explicou.

Esta é uma medida que surge no seguimento do anúncio, na sexta-feira, do reforço das 697 vagas para formação médica especializada de médicos de família em 2024.

Curiosamente, esta é uma medida que já tinha sido defendida pelo PSD no início de outubro quando apresentou as suas prioridades para o Orçamento do Estado. “Temos uma proposta de contratualização com o setor social e privado para resolver no curto prazo esta deficiência do SNS”, referia o documento social-democrata.

No seu discurso, Pizarro defendeu a necessidade de “reconhecer o esforço que tem sido exigido aos profissionais do SNS”.

“Durante a pandemia estiveram lá, com coragem e com dedicação para proteger os portugueses. Quando superámos a pandemia pedimos mais trabalho para recuperar a atividade assistencial que tinha ficado para trás. É por isso essencial reconhecer esse esforço e essa dedicação. O Governo tem dado especial atenção ao reforço do SNS”, afirmou o responsável pela pasta da Saúde.

“É o momento para reafirmar que o SNS como um elemento essencial do Portugal de abril, que ajudou os portugueses a alcançarem resultados em saúde que ombreiam ou superam os dos países mais desenvolvidos, que é um instrumento insubstituível de coesão social e territorial”, acrescentou.

Fonte: Jornal de Negócios

APM