Ao longo da história, as farmácias comunitárias e os seus profissionais têm sido reconhecidos pela sociedade como agentes da mudança e determinantes para evolução do país, no domínio social e da saúde.
Em Portugal, as farmácias comunitárias têm contribuído de forma significativa para prestação e acesso a cuidados de saúde, através da expansão da sua intervenção e da implementação de serviços farmacêuticos diferenciados na proximidade com as populações, em complementaridade com o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
As farmácias comunitárias estiveram sempre dedicadas à prestação do melhor serviço e aconselhamento farmacêutico aos cidadãos, através da competência e conhecimento científico dos seus profissionais, que contribuíram para uma farmácia cada vez mais completa e próxima dos utentes.
Um exemplo desta abordagem é o papel decisivo da rede de farmácias na operacionalização do Programa Troca de Seringas, que para além de promover poupanças significativas ao SNS, contribuiu de forma decisiva para a diminuição do número de casos de VIH e VHC.
Na sua história recente, a resiliência e capacidade das farmácias ficou uma vez mais demonstrada na forma como enfrentaram o último grande desafio de saúde pública – a pandemia COVID-19. Desde o início do surto e aquando das primeiras restrições, o esforço de todos os intervenientes do setor e dos seus profissionais foi crucial para manter a atividade das farmácias ininterrupta. O lema “Há luzes de nunca se apagam” refletiu a permanência do serviço prestado pelas farmácias às populações nas fases mais críticas da pandemia.
Neste período, para além da função fundamental de garantir a continuidade dos tratamentos e informação sobre o vírus às pessoas, destaca-se a intervenção na estratégia nacional de testagem, tendo sido realizados mais de 12 milhões de testes rápidos de diagnóstico da COVID-19 nas farmácias, de forma integrada com o SNS. Outro importante exemplo, foi a resposta articulada com todos os intervenientes do circuito do medicamento e profissionais de saúde para a dispensa de medicamentos hospitalares através da “Operação Luz Verde”, que permitiu evitar milhares de deslocações desnecessárias aos hospitais para levantamento destas terapêuticas e mitigar os riscos de contágio.
Mas o contribuo das farmácias é mais vasto e não se cinge ao domínio da saúde, sendo as vertentes social e cultural também centrais na sua atuação.
Na dimensão social do setor, importa realçar o papel do MONAF – Montepio Nacional da Farmácia. Foram também os farmacêuticos comunitários juntamente com colegas de outras áreas da farmácia, que há mais de 35 anos fundaram o MONAF – Montepio Nacional da Farmácia, única instituição mutualista dos farmacêuticos, com a legítima preocupação de encontrarem as melhores soluções de previdência, podendo assim garantir na idade de reforma uma vida condigna e com qualidade depois de uma longa carreira contributiva e de trabalho.
Estas são ações determinantes das farmácias nos constantes desafios enfrentados pelo setor e pelo país, estando sempre na vanguarda da resposta aos mesmos. A capacidade de se transformar e de transformar o país, faz do setor um exemplo do associativismo nacional e internacional, impulsionando a liderança da transformação da saúde, digital, tecnológica e social.
Presidente da Administração do MONAF, Dr. Miguel Silvestre