Neste dia 12 de Maio celebramos o Dia Internacional do Enfermeiro. A data não terá sido escolhida ao acaso, coincidindo com o aniversário de Florence Nightingale nascida no ano de 1820. Desde então, e até aos dias de hoje, é transversalmente reconhecido o “peso” da classe profissional nos melhores resultados em saúde em qualquer sistema de saúde. A sua dedicação e permanência junto dos seus utentes e doentes, fazem destes profissionais os seus verdadeiros guardiões, na defesa dos seus interesses, na protecção dos altos padrões de qualidade dos cuidados prestados e na sua capacidade e versatilidade em abarcar uma multiplicidade de áreas desde o ensino, prevenção da doença e promoção da saúde, prestação directa de cuidados e investigação.
Nestes tempos modernos, em que os sistemas de saúde se encontram espartilhados por contingências orçamentais em contraposição com as crescentes necessidades e expectativas dos cidadãos, os Enfermeiros adquirem um papel determinante. Muitas vezes não considerados na implementação de estratégias de saúde, a Enfermagem tem, nestas ultimas décadas, progredido num caminho de acréscimo de competências e autonomia tantas vezes não reconhecido. Por vezes alvos da insatisfação popular, outras vezes apanhados pelo esquecimento das forças políticas, os estoicos Enfermeiros nunca viraram as costas a quem deles precisa – os Cidadãos.
Nas estatísticas mais recentes do Ministério da Saúde (2018), esta classe profissional representa a maioria dos profissionais da saúde em exercício (33,20% – 44932 profissionais), seguidos pelos médicos com 21,6%. Apesar de ainda se mostrar predominantemente feminina, a sua taxa de feminização já ronda os 83,5%. A procura pela profissão também é de salientar. Se verificarmos a pirâmide etária da classe, 49% dos profissionais têm menos de 40 anos sendo a taxa de absentismo maioritariamente sustentada em dias de protecção à parentalidade. Desde a sua conquista na legitimação do reconhecimento enquanto curso superior, a abertura do mercado dos cursos de especialização, se por um lado facilitou as tesourarias das escolas de enfermagem, exponenciou as suas legítimas expectativas em verem reconhecidas as suas aptidões nos seus locais de trabalho com a correspondente valorização salarial do seu desempenho.
Na perspetiva da gestão hospitalar, são indissociáveis os resultados em saúde que se pretendem alcançar, com os níveis de compromisso, desempenho e dedicação que os Enfermeiros conferem às organizações de saúde. Não será possível alcançar bons resultados sem equipas motivadas e devidamente reconhecidas. O equilibro financeiro das organizações e a capacidade de contratar e reter profissionais fortes são, por assim dizer, o maior desafio futuro para a construção de um sistema de saúde que cumpra o seu desiderato: responder com prontidão e excelência àquelas que são as necessidades das Populações.
Os Enfermeiros estão e estarão sempre na primeira linha da frente.
Bem Hajam!