Boas noticias para os problemas de saúde há muito priorizados na saúde pública: menos tuberculose, menos HIV, menos crianças com excesso de peso, segundo o relatório Retrato da saúde em Portugal 2018.

Por outro lado, as questões de saúde consecutivamente negligenciadas aumentam exponencialmente: os casos de depressão inscritos nos centros de saúde aumentaram 3 pontos percentuais e as perturbações de ansiedade duplicaram. A demência também aumentou e já atinge quase 1% da população.

O consumo de medicamentos como benzodiazepinas e antidepressivos (medicamentos para tratamento da insónia, ansiedade e depressão) também cresceu. O Retrato da Saúde lembra que “os resultados do estudo sobre a prevalência de doenças mentais na população adulta portuguesa sugerem que somos o país da Europa com a maior prevalência de doenças mentais”.

Mas também temos mais lugares na Rede Nacional de Cuidados Continuados e Internamento (RNCCI). Passaram dos 12.688, em 2010, para os 14.700, em 2018 (à data de 23/03/2018). “Em 2017, a rede alargou a sua capacidade de resposta à saúde mental, com experiências-piloto de um ano, que visam responder a necessidades específicas de adultos e crianças com doença mental grave”. As experiências “concretizam-se em residências, unidades socio-ocupacionais e equipas de apoio domiciliário, tendo como finalidade permitir, no mais curto espaço de tempo, que a pessoa com doença mental grave recupere as suas competências psicossociais e seja reintegrada na sua família e comunidade”, explica o documento do Ministério da Saúde.

As doenças cérebro-cardiovasculares e o cancro continuam a ser as que mais matam. E são as doenças musculoesqueléticas, a depressão, as doenças da pele e as enxaquecas que mais afetam a qualidade de vida. Ainda assim, o número de mortes relacionadas como doenças cardiovasculares diminuiu. O que se deve, “em muito, à utilização de medicamentos para o seu controlo, que tem vindo a aumentar, à semelhança do que acontece com os medicamentos para o controlo da diabetes”.

No relatório, o Ministério da Saúde lembra que a diabetes ainda atinge uma em dez pessoas. Com maior prevalência no Alentejo e menor no Algarve. Os níveis de colesterol elevados são um problema para 63,3% dos portugueses entre os 25 e os 74 anos. E a hipertensão ainda afeta 36% da população.

Pode consultar o Relatório aqui.

APM